Uma grande novidade está hoje disponível na citricultura brasileira. Trata-se da muda cítrica com dois porta-enxertos. Esta técnica na verdade é conhecida há muitos anos e foi desenvolvida principalmente para garantir a sobrevivência da planta a doenças que afetam o principal porta-enxerto. As principais doenças em questão são a Gomose, a Morte Súbita, o Declínio, os nematóides , e a Tristeza  dos citros.
      O porta-enxerto mais produtivo e utilizado no Brasil é o limão cravo, que é suscetível às quatro primeiras destas doenças. As mais importantes características do limão cravo são a resistência à seca, a precocidade do início de produções comerciais, e a produtividade. Isto faz dele um porta-enxerto geralmente imbatível nos primeiros dez anos do pomar. A sucetibilidade a doenças, entretanto, compromete seu desempenho depois desta fase. O principal problema é o Declínio, superado apenas pela Morte Súbita nas regiões em que esta ocorre.
          A Morte Súbita, pela rapidez da destruição causada, foi a responsável pela expansão da prática da sub-enxertia na nossa citricultura. Sub-enxertos como o citrumelo Swingle, a cleópatra e a sunki têm sido utilizados com muito sucesso. O processo envolve o plantio do novo porta-enxerto ao lado do tronco da planta cítrica original, o corte de seu ponteiro em bisel e sua inserção sob a casca do tronco da copa através de um corte em T invertido. O sub-enxerto une-se à copa e passa interagir com ela da mesma forma que o porta-enxerto original. Caso este último venha a declinar por doença, a copa se sustentará normalmente sobre o sub-enxerto. Os resultados têm sido excelentes.
          Sabe-se que a subenxertia também soluciona problemas de Gomose e nematóides. Um sub-enxerto resistente a estas doenças sobrevive e mantem a copa sadia, enquanto o porta-enxerto suscetível é afetado. Há evidências práticas também da eficiência da sub-enxertia contra o Declínio. Plantas em limão cravo que foram sub-enxertados com porta-enxertos resistentes ao Declínio têm sobrevivido mais de 15 anos, enquanto as partes do pomar não sub-enxertadas já foram erradicadas em função da alta incidência da doença.
          A combinação do limão cravo com um porta-enxerto resistente a doenças, portanto, é altamente vantajosa para o pomar. Somam-se as qualidades dos dois porta-enxertos e tem-se um pomar resistente à seca, precoce e produtivo, e LONGEVO na iminência da ocorrência das doenças limitantes.

         
          Com a grande utilização dos sub-enxertos no norte de São Paulo e áreas vizinhas de Minas Gerais com ótimos resultados, surgiu a idéia de se produzir as mudas já com dois porta-enxertos. Quer dizer, a sub-enxertia pode ser feita no viveiro, com enormes vantagens nos custos envolvidos.
          A CITROLIMA MUDAS CÍTRICAS reconheceu prontamente as grandes vantagens deste método e incorporou rapidamente a sub-enxertia em suas mudas. Hoje, a maioria das mudas produzidas na empresa possue dois porta-enxertos. O limão cravo é o porta-enxerto básico, que confere às plantas resistência à seca, precocidade na produção e produtividade. O sub-enxerto é escolhido em função da copa enxertada. Em geral, o citrumelo Swingle é o mais utilizado como segundo porta-enxerto, em função da sua grande resistência à Gomose, à Morte Súbita, ao Declínio, e a nematóides. No caso de laranja Pera e de tangerina Murcote, os sub-enxertos escolhidos são sunki ou cleópatra, uma vez que o Swingle não é fisiologicamente compatível com estas variedades.