Cleópatra
Nome científico:
Citrus reshni
Origem:
Índia
Atualização:
Julho 2005
A fruta do porta-enxerto conhecido como Cleópatra é uma pequena
tangerina e tem muitas sementes altamente poliembriônicas. A
Cleópatra é usada comercialmente como porta-enxerto em São Paulo
há mais de 30 anos e seu comportamento é relativamente bem
conhecido.
As plantas enxertadas sobre
Cleópatra se desenvolvem rapidamente, são grandes e uniformes. A
produção, no entanto, inicia-se lentamente e, geralmente, as
plantas demoram 2 ou mais anos para atingir níveis semelhantes
às daquelas sobre limão Cravo (porta-enxerto usado em mais de
80% das plantas cítricas de São Paulo). Em franca produção, em
alguns casos, plantas em Cleópatra podem superar aquelas sobre
limão Cravo. Como é mais exigente em nutrientes e menos
tolerante à seca, a Cleópatra geralmente induz produções menores
que limão Cravo nos primeiros 10 anos do pomar. Mas, como é mais
resistente a doenças, sua média de produção a partir da segunda
década do pomar pode superar à do limão Cravo. Há casos extremos
em que pomares em Cleópatra foram erradicados por volta de 10 a
15 anos de idade por baixa produtividade, e há outros em que sua
produtividade supera consistentemente à do limão Cravo em
plantios semelhantes adjacentes.
A qualidade interna da fruta produzida sobre Cleópatra é
superior àquela sobre limão Cravo, geralmente contendo mais
açúcar e melhor sabor. A maturação das frutas sobre Cleópatra é
consistentemente mais tardia do que sobre limão Cravo.
Externamente, os frutos de plantas enxertadas em Cleópatra
geralmente apresentam tamanhos menores que os em limão Cravo.
Isto parece ser conseqüência da sua maior dependência das
adubações de manutenção. Níveis altos de aplicação de potássio
podem reduzir significativamente o problema de frutos menores.
Com relação a doenças, a Cleópatra é resistente à Morte Súbita,
à Tristeza, ao Exocortis, à Xiloporose, e muito menos
susceptível ao Declínio do que o limão Cravo. É susceptível à
Gomose e aos nematóides. Não há incompatibilidade com as
variedades cítricas comerciais de uso comum em São Paulo. Quanto
à Gomose, a Cleópatra parece ter um comportamento variável em
função do estágio do pomar. No início, principalmente quando as
mudas vêm dos viveiros com altos índices de infecção, o problema
pode ser muito grave. Depois de estabelecido, em franca
produção, pomares em Cleópatra parecem ter um nível de
tolerância à Gomose superior ao do limão Cravo.
A Cleópatra, portanto, parece adaptar-se melhor nas seguintes
situações
a. Pomares irrigados
b. Solos férteis
c. Adubações
potássicas pesadas
d. Variedades para
as quais é essencial o aumento da concentração interna de
açucares
e. Variedades que
têm problema de frutos muito grandes
f.
Áreas com alta incidência de Declínio
g. Tangerinas que
não têm problema de produtividade ou tamanho
h. Variedades que
se beneficiam comercialmente de uma maturação mais tardia
i. Prevenção da Morte Súbita dos
Citros
Nos viveiros a Cleópatra é um porta-enxerto de fácil manuseio.
Desenvolve-se rapidamente, de forma ereta e uniforme, facilita
sobremaneira a enxertia e a verga para forçamento da brotação do
enxerto, e requer menos desbrotas do que o limão Cravo. A
ocorrência de plantas atípicas (híbridos e variantes) nas
sementeiras é pequena. A remoção da casca das sementes na
semeadura resulta numa sensível melhora na proporção de plantas
úteis porque praticamente elimina as raízes tortas na região do
colo ("cadeiras" e "ganchos"). O problema é muito comum em
Cleópatra, e resulta da restrição imposta pela casca da semente
ao desenvolvimento da radícula durante a germinação.
Voltar
para Porta-enxertos |