Importante avanço na melhoria do sistema radicular das mudas
cítricas.
O acompanhamento
desde 1990 do desenvolvimento de pomares formados com mudas
feitas
nas
estufas em sacos ou vasos, ou cujos porta-enxertos foram
produzidos em tubetes, revelou um comportamento menos vigoroso
que o esperado. Além disso, estas plantas pareciam muito mais
sensíveis à seca do que deveriam ser, mesmo quando o
porta-enxerto era limão cravo. Depois de muitas observações
chegamos à conclusão que a causa poderia ser a estrutura
defeituosa do sistema radicular das plantas produzidas em
recipientes (veja imagens acima). Os principais problemas são o
enovelamento do peão e das raízes laterais, e o perfilhamento do
peão. O enovelamento pode ser resolvido com a produção da muda
no campo ou em recipientes muito grandes, ou através da poda das
raízes defeituosas antes do plantio. O perfilhamento do peão
passou então a receber nossa especial atenção, em função da sua
aparente complexidade. Depois de obtermos métodos para a
produção de mudas com peão único, sem perfilhamento, tanto na
produção de campo como na de estufas,
as comparações têm mostrado que, de fato, mudas com peão
perfilhado são menos tolerantes à seca e, depois de 3 ou 4 anos,
têm reduzido significativamente seu vigor e a sua velocidade de
crescimento.
As mudas com peão único, por outro
lado, foram mais resistentes à seca e têm mostrado maior vigor.
Isto pode ser explicado pelo fato do peão perfilhado resultar em
diversos peões mais finos, que penetram menos profundamente no
solo, originando um sistema radicular mais superficial, que
explora menos as camadas mais úmidas do solo. Além disso, os
diversos peões que brotam no perfilhamento crescem uns sobre os
outros, como visto nas fotos acima. Com o engrossamento de cada
um destes peões depois de alguns anos do plantio a interferência
entre os mesmos é acentuada. As raízes se tocam, ficam impedidas
de se desenvolver livremente e passam a crescer em volta uma das
outras, despendendo tempo e energia sem contribuir para o
aumento real da circunferência do eixo principal da planta, o
que
é fundamental para a translocação de água e seiva elaborada. O
vigor das plantas assim, é reduzido depois de alguns anos do
plantio.
As nossas plantas, por outro lado,
produzidas com novas técnicas que evitam o perfilhamento do
peão, tanto em estufas como no campo, como visto nas fotos ao
lado, desenvolvem-se livremente sem limitações no sistema
radicular, alcançando profundidades máximas, com melhora
significativa na resistência à seca.
Consideramos estas observações de uma importância muito grande
na compreensão dos problemas em plantas cítricas ocasionados por
sistemas radiculares cuja estrutura se afasta daquela produzida
livremente na natureza. Como resultado, acreditamos que os
métodos por nós desenvolvidos para a obtenção de peões únicos
representam um significativo avanço na melhoria do sistema
radicular de mudas cítricas.
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